14 de março de 2004

Eu queria falar de alguma coisa útil hoje. Mas não tenho inspirações por hora. Pensei em falar do passado. Pensei em trazer alguma coisa que aprendi na vida. Mas não me vem inspirações em minha cabeça. Será que tenho andando de alma vazia? O que tem acontecido com o Danilo? Cade aquele garoto que tinha um ideal, uma forma de pensar com uma base tão enraizada que sobreviveu a maiores tentações? Hoje, muita coisa que se pensava está caindo, como a fruta apodrecida despencada do galho. Hoje, tudo o que penso parece uma criação errada. Muitas pessoas passaram e deixaram um ponto de vista diferente do que eu pensava. Com isso, fiz coisas que jamais faria. Hoje não sei quem sou. Quem eu amo? Eu amo?
Você já passou por isso? Você já teve de mudar todo o seu conceito? As pessoas que se aproximam de mim não me conhecem mais. Eu sou muito mais sério do que minha máscara se mostra. Estou perdendo a alegria com as esquinas que a vida me traz. Cade a felicidade? Uma certa vez o poeta disse que tristeza não tinha fim, mas a felicidade, ah! Isso sim! Eu quero gritar e tentar resgatar aquela velha criança com o sorriso costurado no rosto. Mas o mundo não me deixa mais ser assim. Todos pedem seriedade e sobriedade. Eu absorvei como esponja toda essa droga de maturidade.
Eu quero viver de emoção e não de razão. Qual é o problema se ela não liga!? Porque nao ligar? Ela vai te achar mala? Que se foda! Ela não te merecerá se pensar assim. Se correr atrás não será desmérito, sabe por quê? Porque, tudo isso é vida! Vida. Amar é viver. Se não amar e não fizer as coisas por amor não haverá sentido. Não sou de falar em religião, embora eu conheço e tenho as minhas crenças. Mas se o cabeludo fez tudo o que fez, foi por amor cacete. Tá certo que não somos o cabeludo, e nosso amor não é assim tão incondicional. Mas devemos criar uma história, assim como ele e muitos outros grandes homens deixaram.
Ir até o aeroporto, apenas para dizer adeus, nem que isso te custe um dia de trabalho e mais de uma hora e meia de ônibus, é história. São coisas dessa que me orgulho. Colocar um faixa na porta do colégio, querendo dizer ao mundo que eu amo. Por que ser sistemático e pensar que não se pode nada? Porque, a sociedade vai te condenar de algum jeito?
As inspirações surgem do nada. Uma vez, escrevi no diário de uma amiga minha:
-Faça as coisas que te derem na telha. Quer uma razão? Se não fizer, o que você vai contar para os seus netos quando ficar velha?
Eu já escrevi isso uma vez aqui: o passado é a sua única conquista.
Por isso, ame. Faça as coisas por amor. Faça as coisas para amar e para, um dia, contar para todo mundo o que você fez. Imagine a felicidade que a pessoa sentirá, dobre, quadriplique, multiplique por cem: esta será a sua felicidade. Porém como o poeta disse: Tristeza não tem fim, felicidade sim. Mas o que ele esqueceu de dizer é que quando ficar triste será por amor. Você lembrará disso e será uma pessoa mais forte; apenas para amar de novo.
Faça; Crie; Inove por amor.
Sabe o que é engraçado? Tudo que fizer pouco importará o que a pessoa vai sentir, pois quando você lembrar, recordará apenas o que fez, o que você sentiu e, por muito, lembrará qual foi a atitude dela no primeiro momento. Mais nada. Então, não tenha receio.
Ame.

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