O amor não coube naquele sofá da pequena sala
de hack, móveis Bartira e televisão 29 polegadas.
Tapetes se arrastaram como os beijos pela madrugada.
Ninguém foi mais feliz que eu
naquele apartamento ateu.
A chuva caiu do alto da escuridão.
A água fria de junho esquentou nossos corpos
num calor janeiro verão.
Foi-se a madrugada poética.
Fui eu num triste samba-canção
descansar daquela estranha dialética
no vazio do meu colchão.
Não houve cobertor, não houve edredom
que tirasse o calor da tua pele
da minha imaginação.
A aurora raiou. O despertador despertou.
Eu adormeci meu coração vadio.
Está a postos o homem sério,
compenetrado e vazio.
Mas o tempo vai passar e eu vou bater o cartão.
Naquele sofá eu vou te encontrar
pra te amar e tirar seu roupão.
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