12 de agosto de 2007

Um trecho de instabilidade

Uma incerteza, uma tristeza e uma agonia seabate por umas noites de inverno. O medo da solidão, o medo do fracasso, o medo da oportunidade passar e você estar justamente amarrando o tenis. Ela passa e nunca mais volta.

É uma preocupação tão grande e ao mesmo tempo uma impotência perante essa roda-viva do cotidiano: acordar, trabalhar, estudar, dormir. Deixar sua bunda ficar quadrada enquanto o mundo gira lá fora.

O que será que eu vou contar para os meu filhos, netos ou para meus amigos? O que eu fiz de tão emocionante na minha vida que vale a pena ser lembrado em uma mesa de bar?

As coisas que realmente valeram a pena até agora e justamente as que não cairam no esquecimento foram aquelas que tudo ficou para trás.

Agora são 1h36 da manhã e precisamente eu já conheço a minha rotina para a semana inteira. Você já se sentiu assim?

Ainda hoje eu me sinto tão complicado perante à vida que meus papos todos devem parecer uma lamúria e uma chateação só. Mas não tenho como me calar completamente sobre tudo isso que acontece por aí.

Eu sei que eu não estou sozinho nessa insatisfação toda. Todo mundo sente e por isso evitam de denunciar uns aos outros. Se algo realmente nos incomoda, é melhor fingirmos que não existe e acordar para trabalhar no dia seguinte. Exatamente como o padrão moldado.

E se ao invés de levantarmos e pegarmos o ônibus para trabalhar fôssemos para um parque de diversão? E se ao invés de passar um dia inteiro na frente de um computador, não arriscássemos pegar um carro e viajar para uma praia deserta, ver o pôr do sol e conhecer a mulher da sua vida?

E se ao invés de ir todo dia na academia, você resolvesse que daria mais tempo para ler um livro e ouvir uma música?

E se largássemos tudo para conhecer outras vidas em outras culturas em outros países?

Se fizéssemos tudo isso nos sentiríamos melhores?

Será que um dia conseguíramos fugir dessa roda gigantesca que essa idéia pré-moldada de trabalho nos impôs? Ou será que eu sou apenas um jovem de classe média pobre e medíocre que tem medo de não correr atrás do seu sonho pelo medo da pobresa que um dia ele já sentiu na pele?

Desculpa pelo monte de blá blá blá, mas esse blog é justamente para isso. Uma ferramenta para gritar, para espernear e fazer justamente o que eu não posso fazer na vida real.

Queria fazer tanto e faço tanto. Mas mesmo assim a gente pensa que faz muito pouco. A vida tem outro rítmo que o nosso desejo.

A roda gigante poderia ser uma montanha-russa. Daria muito mais medo, mas o vento no rosto e a sensação de liberdade é muito maior, mesmo sabendo o contínuamos a seguir por um trilho.

"Morrer também é lei de vida".

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