Na sala de pré-atendimento para a doação de sangue, a enfermeira me cumprimenta, diz que precisa de fazer umas perguntas de rotina e começa o inquérito:
- Você manteve relações sexuais nos últimos seis meses com garotas de programa?
- Não.
- E com garotos de programa?
- Também não.
- Você é garoto de programa?
- Eu pareço com um??
Ela riu, mas preferiu não responder. Senti uma ironia no ar.
- Você manteve relações homessexuais com parceiros, a partir de 1980?
- Minha senhora, eu nasci em 1984!
- Quantas parceiras ou parceiros você mantêm relações sexuais constatemente?
- Não sou adepto da suruba.
- Refiro a quantos parceiros ou parceiras você mantêm relações sexuais com certa frequência.
Constrangido respondi:
- Nenhuma e nenhum.
- Hum...
Não entendi o que ela quis dizer com essa expressão, mas pareceu mais gozação ainda.
- Quando foi a última vez que você manteve relações sexuais?
Constrangido ao quadrado, respirei fundo e todo vermelho, respondi:
- Dois anos...
- DOIS ANOS??? Meu senhor, quero deixar claro uma coisa aqui. As peguntas devem ser respondidas com veracidade. Não estou aqui para gozação!
Fiquei mudo e constragido ao cubo. Ela percebeu e emendou:
- Nossa Senhora! Cada um que me aparece...
Como quisesse mudar de assunto para não piorar a relação médico-paciente, perguntou:
O senhor tem algum tipo de tatuagem ou piercing?
- Não.
- Nem acunpuntura?
- Não acredito na medicina oriental.
- O senhor utiliza algum tipo de droga, seja injetável ou não?
- Não.
- Bom, então acredito que o senhor esteja apto para doar sangue.
Daí me irritei profundamente. Precisava comentar alguma transgressão. Se não iria pegar muito mal para mim:
- Perai minha senhora! Para sua informação, eu já fiz sexo sem camisinha uma vez!
- Uma vez? E há quanto tempo foi esta relação? Perguntou minha inquisidora.
- Ah, acho que há uns dois anos e meio.
Sem paciência, atirou:
- Meu filho, que tal você parar de tomar o meu tempo e ir logo doar esse teu sangue? Estou com uma fila enorme para atender!
Com o rabo entre as pernas, saí da sala. Mas ao invés de ir doar sangue, preferi mesmo foi ir a um terapeuta. Estava realmente precisando desabafar.
2 comentários:
huahauhauhau... gargalhadas!
muito bom!!!! kkkk
Ass. Amanda
É, NÃO SE FAZEM MAIS HOMENS COMO O POETA! :)
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