10 de março de 2012

O dia seguinte



Hoje acordei com a lembrança da manhã de um dia de 1996.

O dia que eu perdi um pedaço da minha mão.

Na noite anterior tinha tentado pular o portão da casa do vizinho. Brincadeira de criança que viveu na rua. Naquela de pega-pega me puxaram. Me descuidei. A mão enganchou na lança e pluft! Lá se foi um pedaço embora.

Fui direto para o hospital. Quando olhei na mesa de cirurgia, vi minha mão toda retalhada.

Cheguei em casa, chorei um pouco e dormi.

No dia seguinte acordei estranho. Um pedaço de mim tinha se ido. Um pedaço que convivi por 12 anos não existia mais. Esses primeiros dias foram muito difíceis. Todos tentavam me consolar, mas bastava eu olhar para a minha mão para ver o estrago que meu descuido tinha deixado.

Com o tempo, a dor foi diminuindo e fui aprendendo a conviver com ela. Mas quando achava que já tinha superado, ela voltava só pra dizer que o corte ainda estava lá.

O talho anda comigo até hoje e me lembra todos os dias de sempre tomar cuidado com os perigos da vida.

Hoje, dezesseis anos depois, acordei sentindo que um outro pedaço de mim se foi. Um pedaço que convivi por mais de três anos. Ficou a cicatriz. Um dia eu sei que a dor vai passar e só vai ficar as boas lembranças e mais um novo aprendizado.

Mas, por enquanto, dói um bocado.

3 comentários:

Anônimo disse...

bonito isso... abs do arrombator plus

Anônimo disse...

Dan, seja sempre honesto com seus sentimentos. Você fica a cada dia melhor e, nós, ahhh nós nos orgulhamos muito do amigo!!! Love u.

Anônimo disse...

Dan, seja sempre honesto com seus sentimentos. Você, fica a cada dia melhor e, nós, ahhh nós nos orgulhamos muito do amigo!!! Love u.