Cazuza não discutiu com seu terapeuta para um dia ser o Cazuza. Ele apenas foi.
Carlos Drummond nunca se lançou em poemas na esperança de um dia ser Carlos Drummond. Ele apenas foi.
Picasso não entortou seu olhar porque queria enxergar como Picasso. Ele apenas foi.
Zilda Arns não salvou milhares de crianças da desnutrição porque pensava um dia ser evoluída como Zilda Arns. Ela apenas foi.
"Onde saltamos, quando saltamos? Saltamos para o abismo? Sim, se nós apenas imaginamos o salto. Não se nós realmente saltamos. A essência da identidade é propriedade do acontecimento" - Heidegger.
Por que não apenas fazer, ao invés de sonhar fazer? O medo (sempre ele) de se lançar para o desconhecido é o maior dos obstáculos ao autoconhecimento.
Uma música, uma poesia, uma pintura, uma boa ação, antes de ser endeusada é antes de tudo, uma ação. Uma vontade colocada em prática. E só a partir daí formamos os mitos. Mitos que no fundo não existem.
Apenas salte.
Um comentário:
Danilo,
cheguei na agência duas horas antes do necessário, e decidi ouvir Tom Jobim para acalmar. Só me sobraram lágrimas e desespero :/
Agradeço pelo seu texto, estava precisando simplesmente saltar!
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