Marcos hoje não pode nem ouvir falar em Inhotim.
Da última vez, estava assistindo ao Jornal Nacional e viu uma reportagem sobre aquele jardim encravado no meio de Minas Gerais. Esbravejou com a televisão por trazer de volta a cena de suas mãos entrelaçadas com as de Bianca. A primeira viagem daquele antigo casal de namorados foi revivida com um choro no último volume.
Da última vez, estava assistindo ao Jornal Nacional e viu uma reportagem sobre aquele jardim encravado no meio de Minas Gerais. Esbravejou com a televisão por trazer de volta a cena de suas mãos entrelaçadas com as de Bianca. A primeira viagem daquele antigo casal de namorados foi revivida com um choro no último volume.
Bianca hoje não pode ver um pedalinho.
Ela até que vive bem porque os pedalinhos sumiram de São Paulo. Mas da última vez que viu um, pediu licença ao marido e sentou-se sozinha num banquinho de praça. Lembrou do feriado em São Gonçalo e das palavras do Luiz Gustavo dizendo que a amaria para o resto da vida.
Ela até que vive bem porque os pedalinhos sumiram de São Paulo. Mas da última vez que viu um, pediu licença ao marido e sentou-se sozinha num banquinho de praça. Lembrou do feriado em São Gonçalo e das palavras do Luiz Gustavo dizendo que a amaria para o resto da vida.
Luiz Gustavo hoje não pode ver uma barriquinha de
pipoca.
Quando vai a um teatro, olha para os dois lados só para não ter de cruzar com uma. Se cruza, ele, que é de falar e sorrir, fica introspectivo e triste. Foi em frente a barriquinha de pipoca na porta da Faculdade que reencontrou Cecília. Ele calouro e ela veterana. Amor de faculdade que terminou num diploma.
Quando vai a um teatro, olha para os dois lados só para não ter de cruzar com uma. Se cruza, ele, que é de falar e sorrir, fica introspectivo e triste. Foi em frente a barriquinha de pipoca na porta da Faculdade que reencontrou Cecília. Ele calouro e ela veterana. Amor de faculdade que terminou num diploma.
Cecília hoje não entra mais lá no Genésio.
Se alguém convida a Ceci para um happy hour lá, ela logo
inventa outro compromisso. Até faz um caminho mais longo de volta pra casa só
para não passar na frente daquele bar em que muito se divertem. Foi lá que notou
que Carlos e Rita eram muito mais do que melhores amigos.
Carlos hoje quando escuta uma gafieira fica parado
feito porta.
Não que não saiba dançar. Pelo contrário. Ele até fez aula de dança e é por isso que não se mexe. Foram nessas aulas que se divertia com Rita toda sexta-feira. Ele sonhava levá-la um dia para uma gafieira para dançarem juntos. O namoro acabou antes.
Não que não saiba dançar. Pelo contrário. Ele até fez aula de dança e é por isso que não se mexe. Foram nessas aulas que se divertia com Rita toda sexta-feira. Ele sonhava levá-la um dia para uma gafieira para dançarem juntos. O namoro acabou antes.
Rita hoje não tempera mais a salada com vinagre
balsâmico.
Não é pela gastrite, não. Quando morou com Daniel, ele derramou vinagre balsâmico por todo tapete ao querer dar uma de macho-alfa que abre as garrafas de casa. Naquela época, podiam dar risada das desgraças juntos. Hoje, não.
Não é pela gastrite, não. Quando morou com Daniel, ele derramou vinagre balsâmico por todo tapete ao querer dar uma de macho-alfa que abre as garrafas de casa. Naquela época, podiam dar risada das desgraças juntos. Hoje, não.
O Daniel, que antes sempre sacava uma da Legião no
violão, hoje não pode mais ouvir a voz do Renato Russo. Adivinha o porquê?
Porque, aos olhos do coração, cada história que a
gente vive dá aos substantivos novos contornos que transformam o inofensivo em
grandes armadilhas.
E o que era côncavo fica convexo.
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