28 de julho de 2006

O instinto da espécie

Ah, como é duro não ter um amor!
Como é difícil sonhar com os beijos quentes
nos sonhos das madrugadas,
e acordar com o frio real das manhãs de inverno.

Ah, essa vontade que me toma,
esse instinto animal que me cega a face
e que ofusca nomes, sobrenomes e classes sociais.

Essa necessidade de satisfazer as solitárias mulheres dos pontos de ônibus,
de tocar os peitinhos duros das meninas infantís nas portas das faculdades,
de beijar e dizer sacanagens às moças puras e assustadas das baladas de sábado.

Ah, essa espera insana por um amor que não vem!
E a necessidade de se fazer homem toma-me o corpo
a cada leve toque de uma mulher.
Ah, essa vontade toda, esse desejo todo,
esse animal que habita dentro de mim.

Porém, que se cala, quando diante está de uma mulher nua.
Que se reprimi e silência o beijo.

Surge então o amante, o tímido menino,
que acaricia com afeto e lança carinhos na pele alva,
e se aventura nos gemidos e nas curvas leves femininas,
que vive o instante único da criação de se ter uma
mulher em seus braços.

4 comentários:

Anônimo disse...

Não seria pretencioso dizer que você supre as necessidades de uma mulher solitária, quando na verdade você ou a pessoa descrita está carente, buscando matar seus desejos? Desejos que estão acumulados, não por existir ninguém interessante, pelo contrário, mas pelo o fato de ficar desarmado quando a timidez vem, sem ser convidada.
Chega até ser irônico, pois no mundo de comunicações em que vivemos e atuamos conseguimos ficar atados com essa tal timedez.
Lutar? vence-la? o que fazer?Talvez substitúi-la por uma simples atitude.

Ale

Anônimo disse...

... meu caro amigo ...
O Senhor precisa de uma paixão.

Daquelas que nos cega, nos emudece e nos tendencia o pensamento ...

e quem não precisa ... não é mesmo.

Senti muita ânsia nesse seu excerto ...
abs,

Dom***

Anônimo disse...

É... Danilo, como já dito " O poeta é um fingidor ..."
- normalmente da dor que verdadeiramente sente; um ser que desafia o mundo através das palavras,contudo, em algumas ocasiões, inábil para concretizá-las.
O medo de amar precisa deixar de ser superlativo; a paixão, elevar-se à última potência,tornando imemorável a lembrança e permanente a vibração sentida.

Adorei seu texto, vou enquadrá-lo como um conto de cunho simbólico...

Anônimo disse...

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