12 de fevereiro de 2014

No calor das emoções



No frio da Finlândia, pesquisadores decidiram mapear as ondas de calor das emoções humanas. Foram mais de 700 finlandeses participantes - claro que se fosse num país como o Brasil, com meia dúzia de gente já teríamos calor pra esquentar toda a Europa. 

Mas, o mais interessante do estudo é que o resultado das imagens de calor das emoções no corpo materializam aquelas metáforas sobre os sentimentos que todo mundo tem numa mesa de bar.

Por exemplo, a Felicidade. Dentre as emoções, é a única que esquenta todo o corpo. Tudo a ver com aquela sensação que a gente tem quando ajuda alguém com o carrinho do supermercado ou se lembra que é sábado e que não precisa trabalhar. Um sentimento que nos esquenta dos pés à cabeça. Do corpo à alma. 

Felicidade. Uma emoção que é o oposto da Depressão. Uma emoção que além de provocar um vazio no peito, esfria todo o resto do corpo. É como morrer por dentro. Em termos de ondas de calor, um vazio quase comparado somente com a Tristeza. Essa sim, ainda tem um pontinha de calor. Talvez, porque a Tristeza e a Felicidade andam lado a lado. Uma precisa de uma pontinha da outra pra ser completa. 

Outra emoção interessante é a Ansiedade. O mapa mostra uma onda de calor concentrada na linha do peitoral. É praticamente a radiografia daquela bola verde e gosmenta que surge no peito da gente quando resolvemos checar o perfil daquela tal pessoa só pra saber o status continua sendo “loucamente apaixonada pelo namorado”. A Ansiedade é uma chama leve e persistente. É o fogo baixo que queima em banho-maria a esperança de viver um grande amor. 

Agora, quando o grande amor acontece... 

O Amor é a emoção que mais se aproxima da Felicidade. Mas enquanto a Felicidade é equilibrada, uniforme e integral, o Amor são chamas que explodem em três principais partes do corpo. A primeira na cabeça. Afinal, quando o amor vem, a dúvida chega também. E não tem cabeça que que não arde. Depois, claro, o próprio peito. E esse calor que o Amor provoca nenhuma outra emoção é capaz de provocar. É  uma bomba de Hiroshima que explora entre os mamilos. E por último, o calor que fica na linha da cintura. Porém aqui, Amor talvez possa ser substituído por Tesão. Afinal, amor de verdade queima no peito e traz a dúvida e se implode em tesão até de madrugada.

Aqui, consideremos um desvio padrão entre a Amor e Paixão. Afinal se nós que sofremos todos os dias com eles distinguimos bem um do outro, os cientistas finlandeses mais frios que minha Brastemp não teria como traçar as diferenças com propriedade. 

Agora se o amor não era amor, era cilada, então a Raiva chega batendo forte. Literalmente . Esse é a emoção onde as mãos e os punhos mais esquentam. Daí aquela vontade de socar o maldito que nos trocou pelo happy hour com galera do trabalho, e em especial aquela megera do RH.

Mas, se depois de tantas você se cansar e o perdão cansar de perdoar, então vai surgir uma emoção que começa na cabeça e desce em uma linha reta até a ponta da cintura. Desgosto é uma emoção que em funil até no fundo da nossa alma. Ela só faz afundar todo um sentimento que a gente tem e vai parar bem na bunda. Como se a gente dissesse com nossa emoção. “Chega, eu estou cagando pra você”. 

A TEORIA NA PRÁTICA

Logo em seguida dessa pesquisa li uma coluna com o título “Há sexo casual para as mulheres”? 

Nela, narra-se a histórias de mulheres que se permitem a liberdade do sexo casual. Vivem noites maravilhosas, mas se frustam quando seus parceiros somem no mundo. Bate a Frustração, emoção que de tão confusa, não foi mapeada pelo estudo.

Aplicando o estudo para a prática de uma noite de sábado, pergunto:

Do primeiro encontro, primeiro beijo, à despedida da manhã e ao sumiço do dia e meses seguintes, Quantas emoções as mulheres não vivem com seus amantes? 

Quantos calores e frios elas sentem? 

Mas talvez essa nem os cientistas finlandeses, nem o Climatempo poderão responder. 


No mapa da vida real, as emoções das mulheres são imprevisíveis. 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/151651-emocoes-mapeadas.shtml

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